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Em um movimento que abalou o mercado de semicondutores, a ARM enviou uma notificação à Qualcomm cancelando sua licença de design de chips, justamente durante o Snapdragon Summit 2024, evento onde a fabricante americana apresentava seu novo processador Snapdragon 8 Elite no Havaí.
A decisão representa uma escalada significativa na disputa entre as empresas, que começou após a Qualcomm adquirir a startup Nuvia em 2021. A ARM alega que a Qualcomm falhou em negociar uma nova licença após a aquisição, violando acordos existentes.
Segundo reportagem da Bloomberg, que teve acesso ao documento, a ARM deu à Qualcomm um prazo de 60 dias para resolver a situação. Caso contrário, a empresa americana não poderá mais utilizar a propriedade intelectual da ARM para criar seus próprios chips.
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O impacto dessa decisão pode ser devastador para o mercado mobile, considerando que os processadores Qualcomm equipam a grande maioria dos smartphones Android disponíveis atualmente. A empresa também tem investido fortemente em chips para computação e aplicações automotivas.
Embora os novos CPUs Oryon da Qualcomm sejam desenvolvidos internamente, a empresa ainda depende da ARM para o conjunto de instruções, uma interface crucial entre hardware e software. O primeiro CPU Oryon, introduzido com o Snapdragon X Elite no ano passado, utiliza o conjunto de instruções ARMv8.7.
A origem do conflito remonta a 2022, quando a ARM processou a Qualcomm após a aquisição da Nuvia. A ARM exige que a Qualcomm destrua os designs da Nuvia criados antes da aquisição, argumentando que estes não podem ser transferidos sem autorização prévia.
A Qualcomm, por sua vez, mantém sua posição de que possui amplos direitos de licença para seus CPUs personalizados. A empresa, conhecida por suas batalhas legais, certamente utilizará todos os recursos jurídicos disponíveis para evitar um resultado desfavorável.
Resposta da Qualcomm
Em um comunicado enviado a imprensa, a Qualcomm afirma que as ameaças da ARM são infundadas e visam prejudicar seus negócios e aumentar os royalties. A empresa acredita que a tentativa de cancelar a licença é uma manobra para interferir no processo legal em andamento e que seus direitos serão confirmados. A Qualcomm se diz confiante e acusa a ARM de conduta anticompetitiva.
Fonte: Bloomberg

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