Anunciado oficialmente no último domingo (8), o ROG Abox Ally deve representar a única maneira como a Microsoft vai trabalhar com portáteis em um futuro próximo. Segundo fontes internas ouvidas pelo The Verge, a empresa decidiu abandonar os planos para um hardware próprio — e isso deve ter consequências para seus consoles futuros.
O repórter Tom Warren afirma que a empresa tomou essa decisão dias depois de ter decidido deixar de lado os planos para seu aparelho próprio. A intenção, a princípio, era retomar seu desenvolvimento após seus engenheiros dedicarem algum tempo à otimização do Windows para que ele rode melhor jogos em produtos com grande sensibilidade ao uso de bateria.
Enquanto esse continua sendo o foco atual da companhia, ela não pretende mais retomar o projeto do Xbox portátil com hardware próprio. No entanto, ela deve continuar trabalhando com parceiros como a ASUS para produzir outros aparelhos que levem a marca e trazem características únicas.
Futuro do Xbox vai ser mais aberto
Segundo Warren, a decisão também representa um relance da maneira como a empresa pretende trabalhar no espaço dos consoles. Enquanto ainda deve apostar em hardwares proprietários nesse espaço, ela também deve trabalhar de forma mais aberta e com um novo sistema de licenciamento.
“Vamos ver múltiplos dispositivos de fabricantes de PC como a ASUS, que também vão ser considerados consoles Xbox de nova geração”, explicou. Essa não é exatamente uma ideia nova para o mundo dos games: nos anos 1990, plataformas como o 3DO também trabalhavam com especificações que podiam ser adotadas por várias fabricantes, por exemplo.
No caso da Microsoft, no entanto, a próxima geração do Xbox deve se aproximar mais do que vemos no mercado de PCs. Isso significa que, enquanto as parceiras da Microsoft devem vender máquinas com especificações variadas, elas vão ser unidas por um software-base otimizado e que traz uma experiência direcionada a games.
“Isso porque a nova geração do Xbox está sendo construída de forma aberta, com dispositivos como o ROG Xbox Ally e o Xbox Ally X. Esses portáteis parecem ser um teste de mercado para onde a Microsoft vai ir em seguida com a combinação do Windows e do Xbox, e com seu objetivo de transformar qualquer tela em um Xbox”, explica Warren.
Transição vai enfrentar alguns desafios
O The Verge explica que o principal desafio da empresa nessa transição é justamente a marca Xbox. Enquanto ela é reconhecida e tem seu valor, fato é que dispositivos como os portáteis anunciados pela ASUS não conseguem rodar os jogos lançados para os consoles de mesmo nome — pois, na prática, eles são PCs.
Enquanto a empresa consegue contornar isso em títulos first party com o sistema Play Anywhere, o mesmo não acontece com estúdios third party. Além disso, a transição para o formato mais aberto também afeta questões como a retrocompatibilidade. Mesmo que o cloud gaming seja uma solução, a tecnologia ainda não substitui a qualidade oferecida pela reprodução nativa.
A aposta do The Verge é que a Microsoft vai conseguir solucionar esses desafios com o tempo através de técnicas avançadas de emulação. Enquanto isso, ela deve apostar na abertura de suas novas plataformas como principal atrativo delas — algo que, inclusive, vai permitir o acesso de jogos do concorrente PlayStation lançados para PC.
Fonte: The Verge
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