Ministro da Saúde disse ser necessário implementar um exame ‘justo’ e que esteja alinhado às cobranças feitas pelos ministérios da Saúde e da Educação aos cursos de formação de médicos no Brasil. Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, faz anúncio de mudanças em programa Mais Médicos.
Kevin Lima/g1
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (17) que defende mudanças no Revalida, exame que ratifica diplomas de médicos formados no exterior para atuar no Brasil.
Padilha disse ser necessário implementar um exame “justo” e que esteja alinhado às cobranças feitas pelos ministérios da Saúde e da Educação aos cursos de formação de médicos no Brasil (leia mais abaixo).
Médico conta processo da formação no Paraguai até o Revalida para atuar no Brasil
A declaração do ministro ocorreu durante uma cerimônia que marcou o início da formação de 400 médicos formados no exterior e selecionados para atuar no Mais Médicos.
Segundo Alexandre Padilha, o processo de atualização do exame já tem sido discutido pelo Ministério da Educação (MEC).
“Contem comigo na luta de um Revalida justo. Nós não queremos nenhum Revalida pior ou mais difícil do que aquilo que é cobrado e avaliado para todo médico e médica que se forma nesse país. A gente quer o mesmo patamar”, afirmou o ministro.
🔎O Revalida foi criado há 12 anos para centralizar a validação de diplomas estrangeiros de medicina. Sem o exame, brasileiros ou estrangeiros graduados em medicina em outros países não podem solicitar o registro nos conselhos regionais de medicina.
Nos últimos anos, médicos formados no exterior fizeram críticas ao exame que iam desde supostas inconsistências no conteúdo das provas a problemas de correção.
Avaliação das faculdades no Brasil
Alexandre Padilha também afirmou que o Ministério da Saúde tem trabalhado para reformular e ampliar o processo de avaliação de qualidade das faculdades de medicina do país.
“Estamos preocupados e vamos nos esforçar em melhorar a capacidade de avaliação da formação médica do país”, disse o ministro.
Em todo o Brasil, faculdades têm travado um embate contra o Ministério da Educação. A pasta tem barrado a abertura de novos cursos e levado os casos à Justiça para impedir que as instituições admitam novos alunos.
O MEC tem defendido que as ações protegem a “qualidade do ensino médico no país”.
Em janeiro deste ano, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) decidiu que alguns cursos que funcionavam sem autorização do MEC não poderão realizar vestibulares nem admitir novos alunos. A medida atingiu dez instituições.
“O Ministério da Educação é responsável por autorizar novos cursos de medicina no Brasil, bem como o aumento de vagas em cursos já existentes. A pasta se baseia em critérios objetivos definidos em normas, em uma atuação conjunta com o Ministério da Saúde”, disse o MEC na ocasião.
“Esse processo garante que as instituições de ensino tenham a estrutura necessária, como laboratórios, hospitais de ensino, professores qualificados e condições adequadas para a formação dos futuros médicos”, prosseguiu a pasta.
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