No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,61%, cotada a R$ 5,7517. O principal índice da bolsa de valores recuou 0,77%, aos 131.321 pontos. Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters
O dólar abriu em baixa nesta terça-feira (25), com o mercado analisando a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), divulgada nesta manhã, e ainda na expectativa por mais informações sobre as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que devem entrar em vigor na próxima semana.
A ata do Copom destaca que o comitê enxerga que a atividade econômica e o mercado de trabalho têm apresentando dinamismo, mas que há dados sugerindo uma “incipiente” moderação do ritmo de crescimento da economia.
O BC considera que essa desaceleração é um “elemento necessário” para redução das pressões inflacionárias, que devem levar a inflação brasileira a encerrar mais um ano acima da meta. No entanto, por conta dos sinais de início da desaceleração, o Copom justifica que só pode antecipar mais um aumento nos juros.
Em sua última reunião, o comitê elevou a Selic, taxa básica de juros, em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, e sinalizou uma nova alta de menor magnitude. O mercado financeiro espera ver os juros em 15% ao ano.
Além do cenário de juros no Brasil, o mercado também segue monitorando a política tarifária de Trump nos EUA . Há muita expectativa por saber como as tarifas recíprocas para os outros países que cobram taxas ou impõem restrições às exportações dos EUA vão funcionar.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 09h03, o dólar caía 0,13%, cotado a R$ 5,7440. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,61%, cotada a R$ 5,7517.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 2,78% no mês; e
perda de 6,93% no ano.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve baixa de 0,77%, aos 131.321 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
avanço de 6,94% no mês; e
ganho de 9,18% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Em sua ata, o Copom reafirmou a sinalização de que a taxa Selic será novamente elevada em seu próximo encontro, no começo de maio, mas em menor intensidade, porque a economia começa a dar sinais de desaceleração. Nas últimas reuniões, o juro subiu um ponto percentual.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, informou o BC.
Para além da próxima reunião, a magnitude total do ciclo de alta dos juros, segundo o BC, será ditada pelo “firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.
No cenário externo, as tarifas de Trump voltaram a ocupar um espaço central nas atenções dos mercados financeiros globais no início desta semana, com a expectativa da entrada em vigor de novas taxas já na próxima semana.
Trump prometeu impor uma enxurrada de tarifas recíprocas no próximo dia 2, cujos detalhes não estão claros. O que se sabe é que as taxas devem ser calculadas para refletir o impacto das tarifas estrangeiras, bem como impostos estrangeiros de valor agregado sobre importações.
Várias reuniões diplomáticas entre os países são esperadas nas próximas semanas para entender como as tarifas vão funcionar. Nos encontros, também deverão ser negociadas isenções ou medidas mais flexíveis.
Enquanto o ambiente for marcado por incertezas, o mercado deve continuar buscando “refúgios seguros” para o dinheiro, conforme afirmou Bob Savage, chefe de estratégias macro do BNY, em uma nota enviada aos clientes.
O principal “refúgio seguro” do mercado são as Treasuries, os títulos públicos norte-americanos. Em momentos de incertezas, os investidores migram seus investimentos para esses ativos considerados seguros, o que valoriza o dólar e outras divisas tradicionais em detrimento de outras moedas, principalmente as de países emergentes.
Os temores são de que, com as tarifas, uma guerra comercial possa se acentuar. E taxas elevadas entre os países tendem a encarecer os preços dos produtos, elevando a inflação e impactando o consumo e a atividade econômica.
Nesta segunda-feira, Trump também afirmou que qualquer país que compre petróleo ou gás da Venezuela pagará uma tarifa de 25% sobre negociações feitas com os EUA. Essa “tarifa secundária” entrará em vigor em 2 de abril, informou o republicano em publicação na rede Truth Social.
O presidente declarou ainda que irá, “em um futuro muito próximo”, anunciar taxas sobre automóveis, alumínio e produtos farmacêuticos.
Tarifas altas sobre a importação de produtos nos EUA podem elevar os preços de bens e serviços dentro do país, pressionando a inflação e diminuindo o consumo. Com essas perspectivas, o mercado segue mais pessimista em relação à maior economia do mundo e aos possíveis impactos globais.
Além disso, o aumento das tarifas pode reduzir o nível de exportações dos países que vendem seus produtos aos EUA, como o Brasil, o que pode impactar a força da atividade econômica do país.
Apesar dos temores, há uma expectativa de tarifas mais amenas sobre setores que podem impactar grandes empresas americanas. Assim, ações da montadora de veículos elétricos Tesla, de Elon Musk, vivem um dia de forte alta, com salto de quase 12%.
Os principais índices de ações norte-americanos tiveram ganhos nesta segunda. O S&P 500 avançou 1,76%, enquanto o Dow Jones subiu 1,42% e o Nasdaq, 2,27%.
*Com informações da agência de notícias Reuters
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