No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,44%, cotada a R$ 5,8645. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em queda de 0,72%, aos 128.317 pontos. Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters
O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (17), com os mercados financeiros globais repercutindo as mais recentes falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e a reação negativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nesta quarta (16), Powell, afirmou que as tarifas impostas por Trump atingiram um nível maior do que o esperado, indicando que a guerra tarifária pode complicar a capacidade da instituição de controlar a inflação.
Trump não gostou e disse que Powell está “sempre muito atrasado e errado” em relação a condução da política de juros nos EUA e que as tarifas estão deixando o país rico.
Embora agentes do mercado financeiro acreditem que o Fed possa cortar os juros ainda neste ano, a política tarifária de Trump gera incertezas. Isso porque o aumento das tarifas tende a pressionar os preços e a aumentar a inflação — potencialmente forçando o BC norte-americano a subir os juros do país novamente.
Juros maiores nos EUA podem encarecer o dólar, porque aumentam a rentabilidade dos títulos públicos do país, ainda considerados o investimento mais seguro do mundo.
“O Fed está esperando para ver como as coisas vão se desenrolar antes de tomar qualquer tipo de medida em relação às taxas [de juros]”, declarou o chefe do Federal Reserve nesta quarta.
O que são as Treasuries e como Trump está ameaçando o status de ‘investimento mais seguro do mundo’
O mercado também segue repercutindo os novos desdobramentos do tarifaço de Trump, com o presidente sinalizando que tem avançado nas negociações com parceiros comerciais de diferentes países.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 09h20, o dólar subia 0,28%, cotado a R$ 5,8808. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve queda de 0,44%, cotada a R$ 5,8645.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,12% na semana;
ganho de 2,78% no mês; e
perda de 5,10% no ano.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve baixa de 0,72%, aos 128.317 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 0,50% na semana;
recuo de 1,49% no mês; e
ganho de 6,68% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Além de chamar Powell de “atrasado e errado”, Trump ainda reclamou do tempo que falta para que o mandato do banqueiro central a frente do Fed seja concluído, dizendo que esse momento “não chega rápido o suficiente”. Os mandatos de presidente e vice do Fed têm duração de quatro anos. Powell deve deixar o cargo somente daqui um ano, em maio de 2026.
As taxas de juros nos EUA estão, atualmente, entre 4,25% e 4,50% ao ano — um patamar alto para os padrões de juros do país — e Trump já criticou essa política monetária em diversas ocasiões, desejando o corte dos juros.
🔎 Isso porque juros altos são uma ferramenta para controlar a inflação, já que encarecem a tomada de crédito pela população e pelas empresas e, assim, impacta os níveis de consumo e investimentos da economia, reduzindo a pressão sobre os preços.
⚠️ No entanto, com menor consumo, a atividade econômica tende a desacelerar, afetando o crescimento da economia do país.
Na quarta-feira, Powell afirmou que as tarifas impostas por Trump atingiram um nível maior do que o esperado, reiterando que a guerra tarifária pode complicar a capacidade da instituição de controlar a inflação e maximizar o mercado de trabalho.
Powell também indicou que, diante das incertezas com o tarifaço de Trump, o Fed poderá manter a taxa básica de juros do país estável na próxima reunião (nos dias 6 e 7 de maio), enquanto aguarda “maior clareza antes de considerar quaisquer ajustes”.
“O Fed está esperando para ver como as coisas vão se desenrolar antes de tomar qualquer tipo de medida em relação às taxas [de juros]”, declarou o chefe do Federal Reserve nesta quarta.
Na segunda-feira, o diretor do Fed Christopher Waller já havia falado sobre o assunto, afirmando que a política tarifária de Trump é “um dos maiores choques a afetar a economia dos EUA em muitas décadas”.
Todo esse cenário tende a afetar a dinâmica do comércio global. A questão para a economia global é que o aumento de tarifas traz as seguintes consequências:
➡️ As tensões crescentes entre os países, principalmente China e EUA, elevam as incertezas globais com o futuro da economia.
➡️ Mais tarifas tornam os produtos que chegam aos países mais caros, o que contribui para um aumento da inflação.
➡️ Com os preços altos, o mercado teme que aconteça uma redução nos níveis de consumo da população, além de uma queda no comércio internacional.
➡️ Esse cenário nas maiores economias do mundo eleva os temores por um período de recessão global.
Neste contexto do tarifaço, o governo americano segue negociando com diversos países para conseguir melhores condições comerciais e reduzir as tarifas.
Nesta quinta, Trump publicou na sua plataforma na rede Truth Social que teve uma “ligação produtiva” com a presidente do México na quarta e que também teve um encontro com representantes comerciais “do mais alto nível” do Japão.
“Todas as nações, incluindo a China, querem se reunir. Hoje, (é a vez da) Itália!”, publicou Trump.
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